Resposta ao «Postal dos Correios», de Rio Grande

Viseu. 6 de Dezembro de 2009

Querido filho, como tens andado?

Isto aqui está na altura do malmequer.

Eu ando um pouco atrapalhado,

Porque a vida tem de ser como Deus quer.

Como anda isso aí na tua terra?

A tua mãe nunca larga as comidas.

Eu estou sempre a trabalhar na terra,

Por isso tenho as mãos cheias de feridas.

Descansa que não demoro a mandar

Novidades na volta do correio,

Vou ver se as consigo entregar,

porque este é o nosso único meio.

Já não sei se ainda escrevo bem.

Como andam os teus conhecidos?

Espero vir a conhecê-los bem,

Pode ser que ainda sejamos amigos.

Vou-me deitar, porque está na hora.

Manda a carta para o mesmo lugar.

Um abraço do teu pai, que te adora

e gostava de te poder abraçar.

Deste teu pai,

Rui Amaral

Texto: Paulo, PROFIJ IIB